26.11.05

Peça: 16. Um Guarda-chuva Por Estas Terras

guarda-chuva

o animal
quase morto
no fundo do tempo
atrofia
cansado de tanto
esperar

o animal
inútil como
uma lembrança
infantil
aleijado de tanto
esperar

grasna
minúsculo
às avessas
o animal
invertido:
o sol desmancha o tempo
e ele arqueja
no inverso

____________________

Foto retirada da Ben Shapiro's Gallery

25 comentários:

Anônimo disse...

Oi, Théo,
Percorrendo o Museu, constatei que você esteve "ausente" algum tempo. Nem notei, ausente também que estive, desse Museu de Tudo.
Ainda bem que voltei no dia certo.
Forte abraço
fernando cals

Theo G. Alves disse...

Olá, Fernando.
é bem verdade a minha ausência... algumas atribulações da vida prática, cotidiana e nítida estão sempre a me tirar de circulação... acontece sempre...
bom vê-lo de volta também!
grande abraço!

Claudinha ੴ disse...

Belo poema Theo. Que animal seria este, que espera arqueado e aleijado, que está subjugado ao sol escaldante e que passa por recordação infantil? Um beijão!

Anônimo disse...

Agora sim, posso virar a página do domingo. Já concedi-me o prazer de mais um seu ansiado post. Belo o poema. Belo.
abraço meu:
camilo

Bruno Capelas disse...

Cara , tô abismado com o som do Nick Drake. Já to puxando uma caixa com as gravações completas do cara...que tesão esse som!

Um abraço!

Anônimo disse...

nós todos, animais ausentes, à espera da culpa travestida de tempo.

belo texto, Théo, como sempre.

Saudações do Cárcere

Anônimo disse...

Que imagem forte, profunda e densa como o próprio tempo que, inexoravelmente não nos deixa alternativa, a não ser curvarmo-nos ao seu jugo. Estamos felizes com tua volta, belíssimo texto!!! Um beijo!!!!!

Wescley J. Gama disse...

Théo, meu caro. Esse poema tem a tua marca. Outra coisa: Vi a tua reportagem sobre os "discos mais estranhos do ano." Tô precisando dar uma atualizada na minha discoteca 'emipetressística'. Precisamos trocar umas idéias...um abraço.

Anônimo disse...

Gosto muito, sobretudo da primeira estrofe.
Beijo daqui, Theo.

Theo G. Alves disse...

Claudinha,
obrigado pela gentileza de sempre.
abraço!

Camilo,
ouvir palavras tão boas de um poeta tão bom é sempre um prêmio torrencial... obrigado e grande abraço

Mut, meu velho, eu tinha certeza de que você adoraria o Drake... ele tem poucos discos (3 oficiais e mais alguma material avulso), mas que valem muitíssimo uma audição. grande abraço!

Celso, meu caro amigo, suas saudações e suas boas palavras me deixam contentíssimo.
grande abraço!

Theo G. Alves disse...

Glória, eu é que fico feliz em poder reencontrá-los. Ainda estou aqui me arrumando com umas coisinhas novas, muitas mudanças para o fim de ano e para 2006, mas já já pego o ritmo!
Beijo bem grande e obrigado!


Wescley, meu velho, você precisa passar aqui pra gente tomar uma vodca que está esperando na geladeira e ouvir uma musiquinha da boa... é só você aparecer.
abraço, mano!

Márcia, minha querida, eu só tenho é agradecer por sua gentileza.
Grande beijo!

Anônimo disse...

O que dizer diante de mais um belo poema de sua autoria? Muitas vezes, as palavras pouco dizem, mas, por outro lado, também dizem muito. E muito. Abraços.

Theo G. Alves disse...

Moacy, meu amigo, eu é que me pergunto como agradecer a você estas palavras tão gentis... agradeço, agradeço muito.

um grande abraço!

Anônimo disse...

Theo, é sempre muito bom vir aqui e ler um poema teu. Estou escrevendo no www.condominiobrasil.com
um site editado pela Esther Bittencourt, minha querida amiga, numa seção chamada feira do autor que sai às quartas. Passa lá. Dia 7/12 deve sair uma resenha sobre tua Casa Miúda, que curti bastante. Beijo e apareça, viu? Adelaide

Theo G. Alves disse...

Adade, minha querida, claro que passarei la no condominio pra te ver...
e fico contentissimo que minha miúda casa miúda tenha te chamado a atenção... contentíssimo.
obrigado
grande beijo

Anônimo disse...

Estranho esse teu poema ...muito estranho ..parece teus olhos: pouco se descbre neles, mas sempre fico com a sensaçao que tinha algo por detras do detras. .. Gostei profundamente do ultimo verso, digno de Borges e de um Manoel de Barros, se vc nao tivesse escrito, eu juraria que era de um deles.

Anônimo disse...

Theo, postei um poema seu no Receptaculum p/ comemorar a sua volta. Bjossssss!!!!!!!!!!!

Theo G. Alves disse...

Glória, que honra!!! muitíssimo obrigado!!!

Beijão procê!

Anônimo disse...

Theo vc Respondeu a todos menos o meu ... entendi. Adues !

Theo G. Alves disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Bruno Capelas disse...

Estou vendo se funciona. E aí , deu certo?

Um abraço!

PS:time has told me...

Anônimo disse...

Hummm, que chuva boa. :+p Beijo!

ReOl

Theo G. Alves disse...

Becca, chuva por aqui só mesmo na foto... eta coisinha rara por estas bandas...

beijo!

Anônimo disse...

Você sempre foi um mestre nos contos e agora está se consagrando mestre tb nos poemas. valew théo. fazia tempo que eu não passava por aqui.

Anônimo disse...

É o que nos resta, qdo lançamos garrafas ao mar... esperar. Lindo poema!
"... enquanto espero acontecer/enquanto espero ver no cais/ vou derramando sem querer/ a febre dos meus ais..." (João Bosco-Francisco Bosco)