31.3.07

Peça: 34. Um Poema de (des)Amor

As Faces Mortas


- Há no primeiro encontro, ó debilidades,
o poder da marca do punhal!

Francisco Ivan da Silva

Uma face
morta
em cada amor
despedaçado.


Um traço de espelho
falso
em cada amor desarranjado,
em desalinho:
uma face morta em cada amor
despedaçado.

A cada verso novo
nova angústia:
uma a cada novo amor
despedaçado.


(In Loa de Pedra)

4.3.07

Peça: 33. Notas Avulsas de Um Caderno de Viagens

Dia quarto

A vida acontece em grandes torrões de riso e sal nesta cidade. Hoje pela manhã, perto de uma das ruas principais, um monturo de crianças arrastava um cão morto por uma corda. Gritavam como pequenos selvagens. Havia nelas a violência explosiva de seus pais e dos homens que habitam as esquinas escaldantes destas ruas. Quase devoravam vivo o pobre cão morto.

As mulheres avistavam de longe seus filhos multiplicados no mundo. Uma delas sorria quase. Era por certo a mãe do menino que empunhava a corda no pescoço do cão. Era um troféu, eu sei: era um troféu.


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Dia décimo nono

Aqui o sol se põe ao avesso, entreva as mãos antigas de meninos ainda muito jovens. A foice que corta a cana mal se equilibra em suas mãos destroçadas, entrevadas por um sol mal posto.

Mas a noite há de durar, eu sei.

Cadernos de Viagem

Inicio agora neste museu adornado de pó uma série de anotações avulsas de um caderno de viagens.

São anotações desencontradas de um viajante acidental que, provavelmente, jamais saiu das paragens que descreve. Notas de uma viagem vaga e estéril, como estéreis têm sido meus dias, meus anos, minha ausência.

Peço desculpas pela viagem que ofereço.

3.3.07

Um Convite

O Celso me convidou para escrever sobre discos no Deadmen and Lollypops. Evidentemente aceitei, honrado.

Hoje faço minha "estréia" por lá com Zuma, do Neil Young. Inclusive com link para download do disco.

Aqui está o Deadmen and Lollypops