Dia quarto
A vida acontece em grandes torrões de riso e sal nesta cidade. Hoje pela manhã, perto de uma das ruas principais, um monturo de crianças arrastava um cão morto por uma corda. Gritavam como pequenos selvagens. Havia nelas a violência explosiva de seus pais e dos homens que habitam as esquinas escaldantes destas ruas. Quase devoravam vivo o pobre cão morto.
As mulheres avistavam de longe seus filhos multiplicados no mundo. Uma delas sorria quase. Era por certo a mãe do menino que empunhava a corda no pescoço do cão. Era um troféu, eu sei: era um troféu.
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Dia décimo nono
Aqui o sol se põe ao avesso, entreva as mãos antigas de meninos ainda muito jovens. A foice que corta a cana mal se equilibra em suas mãos destroçadas, entrevadas por um sol mal posto.
Mas a noite há de durar, eu sei.