24.12.05

Feliz Natal e Ano Novo

Estertores de 2005. Um ano pendurado por seus últimos tendões. Os últimos dias do ano costumam ser sempre iguais: dias iguais de anos diferentes. A clepsidra e suas últimas gotas. É hora de pensar em como se deu este ano.
Oxalá nossas reflexões nos apontem que este ano foi válido e dos mais bonitos. Há de ser assim porque merecemos isso.
Aos bons amigos e visitantes deste pequeno Museu deixo meus melhores desejos de que nossa memória futura deste ano de hoje seja das melhores e que, no próximo ano, nossas expectativas possam ser atingidas e superadas. Há de ser um bom ano. Divirtam-se! Feliz natal e ano novo!


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Foto de Elliot Erwitt
Disco para ouvir neste fim de ano: Time Out, do Dave Brubeck Quartet

18.12.05

10 Melhores Discos Estranhos de 2005 - Illinois, de Sufjan Stevens


1. Sufjan Stevens – Illinois

O jovem compositor americano Sufjan Stevens parecia estar louco quando propôs o projeto de gravar um disco sobre cada um dos 50 estados norte-americanos. Evidentemente a meta parece impossível, mas a julgar pelos dois últimos discos de Sufjan, é melhor começar a acreditar.

Depois do belíssimo Greetings From Michigan, de 2004, Sufjan gravou Illinois e conseguiu um disco ainda melhor.

Illinois tem 76 minutos de ótima música, de passagens experimentais, de lindos coros cantados pelo coral The IllinoiseMakers e das belas composições de Sufjan. Belas como é bela sua voz dulcíssima. Músicas como John Wayne Gacy Jr. e Chicago enchem os ouvidos com um ótimo desempenho nos instrumentos e uma voz capaz de domar muita gente.

Chicago
“if I was crying
in the van, with my friend
it was for freedom
from myself and from the land
I made a lot of mistakes”


Faixas:
1. Concerning The UFO Sighting Near Highland, Illinois
2. The Black Hawk War, Or, How To Demolish An Entire Civilization And Still Feel Good About Yourself In The Morning, Or, We Apologize For The Inconvenience But You're Gonna Have To Leave Now, Or, 'I Have Fought The Big Knives And Will Continue To Fight...
3. Come On! Feel The Illinoise!: Part I: The World's Columbian Exposition/Part II: Carl Sandburg Visits Me In A Dream
4. John Wayne Gacy, Jr.
5. Jacksonville
6. A Short Reprise For Mary Todd, Who Went Insane, But For Very Good Reasons
7. Decatur, Or, Round Of Applause For Your Stepmother!
8. One Last 'Whoo-Hoo!' For The Pullman
9. Chicago
10. Casimir Pulaski Day
11. To The Workers Of The Rock River Valley Region, I Have An Idea Concerning Your Predicament
12. The Man Of Metropolis Steals Our Hearts
13. Prairie Fire That Wanders About
14. A Conjunction Of Drones Simulating The Way In Which Sufjan Stevens Has An Existential Crisis In The Great Godfrey Maze
15. The Predatory Wasp Of The Palisades Is Out To Get Us!
16. They Are Night Zombies!! They Are Neighbors!! They Have Come Back From The Dead!! Ahhhh!
17. Let's Hear That String Part Again, Because I Don't Think They Heard It All The Way Out In Bushnell
18. In This Temple As In The Hearts Of Man For Whom He Saved The Earth
19. The Seer's Tower
20. The Tallest Man, The Broadest Shoulders: Part I: The Great Frontier/Part II: Come To Me Only With Playthings Now
21. Riffs And Variations On A Single Note For Jelly Roll, Earl Hines, Louis Armstrong, Baby Dodds, And The King Of Swing, To Name A Few
22. Out Of Egypt, Into The Great Laugh Of Mankind, And I Shake The Dirt From My Sandals As I Run

Gravadora: Asthmatic
Data de lançamento: 05/07/2005
Mais informações: www.sufjan.com

16.12.05

Os Melhores 10 Discos Estranhos de 2005

Quem freqüenta o fantástico mundo dos blogues sabe bem que bom de lista é o Moacy Cirne, do Balaio Vermelho, e sua exegese. Eu, de quando em vez, me arrisco pelos ramos da taxeologia, mas sempre reafirmando minha total parcialidade e minhas limitações ilimitadas para tal.

Esta é uma tentativa, evidentemente frustrada, porém divertida, de eleger os dez discos que mais me agradaram este ano dentro dos materiais de pouca divulgação na mídia. Ausência de divulgação esta que é um dos poucos parâmetros que minha classificação adota. É bom que se diga que nesta lista só constam discos de bandas estrangeiras e que uma lista de bandas nacionais seria também necessária. Vale sempre lembrar que esta lista é um exercício de gosto pessoal.

Seguem agora os eleitos, apontados por banda/cantor e álbum:

1. Sufjan Stevens – Illinois
2. Arcade Fire – Funeral
3. My Morning Jacket – Z
4. Antony & The Johnsons – I Am A Bird Now
5. Stephen Fretwell – Magpie
6. Clap Your Hands Say Yeah – Clap Your Hands Say Yeah
7. Sigur Rós – Takk...
8. Bonnie “Prince” Billy & Matt Sweeney – Superwolf
9. Leonard Cohen – Dear Heather
10. Neil Young – Prairie Wind


Nas próximas semanas tratarei de dar certo movimento a este museu e sua taxeologia, publicando alguns comentários e informações sobre cada um dos discos, três vezes por semana.
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capas dos discos Illinois e Funeral
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p.s.: quem viu a lista publicada no Jornal do Seridó algumas semanas atrás perceberá que há algumas inclusões e substituições nesta. O grande jogo das listas é vê-las sempre sofrer alterações.

para mais fotos, acesse o Museu de Tudo no Multiply

12.12.05

12 de dezembro. Frank Sinatra


Embora estas terras – terras emblemáticas, o que não custa esclarecer – sejam um “Museu de Tudo”, tenho sido pouco afeito à publicação de datas e coisas tais, bem como homenagens póstumas. No entanto, hoje este museu faz de suas exceções: dia 12 de dezembro seria aniversário de Frank Sinatra, de quem sempre, desde menino, adorei A Voz.

Neste ano, Sinatra faria seu nonagésimo aniversário. Aqui não ponho em julgamento o caráter e personalidade de A Voz. Lembro somente a importância que sua música teve para mim, como deve ter tido para muitos outros.

Sinatra recita e canta esta canção escrita por Rod McKuen no disco “A Man Alone”, de 1969.

Empty Is


[Speaks:] Empty is the sky before the sun wakes up.
Empty is the eyes of animals in cages.
Empty, faces of women mourning
When everything's been taken from them.
Me, don't ask me about empty.

[Sings:] Empty is a string of dirty days
Held together by some rain.
And the cold winds drumming at the trees again.
Empty is the color of the fear
Long about September when the days
Go marching in a line toward November.
Empty is the hour before sleep chills you every night
And pushes you to take me away from every kind of light.
Empty is me.
Empty is me.

5.12.05

De Ouvido

Esta é uma nova sala neste Museu de Tudo.
A música tem sempre estado comigo desde antes do tempo. Nada mais justo haver espaço para ela nestas estantes. Aqui começa uma série de discos dos quais gosto muitíssimo.

Teatro Instrumental - Antúlio Madureira (1993)

Inusitado. Inusitado e brilhante. Assim poderíamos observar/ouvir o teatro instrumental desenvolvido por Antúlio Madureira, um belíssimo compêndio de música brasileira erudita e popular, ou erudita/popular. Popular por sua busca pelas raízes profundas de uma cultura brasileira que remonta a tradição indígena, a música nordestina, a música brasileira. O erudito fica por conta do irretocável desempenho diante dos instrumentos e da composição harmônica de todo o disco. Inusitado. Essa é mesmo a palavra. O uso do marimbau, o berimbau de lata, a cabala, o serrote, o garrafone e tantos outros, que nessa obra funcionam como uma verdadeira máquina sentimental de música. Sua música é o teatro. Serve como palco para uma ordem de sons tão fantasiosa quanto o universo do teatro experimental, de onde vem boa parte do aprendizado de Antúlio Madureira.
Um disco como poucos.
Um disco que não é meramente regional ou meramente universal. Esse é um disco que é nada mais nada menos que outra coisa. É música, é teatro, é virtuose, é uma obra-prima.

Destaque para as faixas:
Cavaleiro do Sol, Viagem ao Infinito, Valsa para Bilu, Ária das Bachianas nº 5 e todas as outras.


Encontre mais sobre Antúlio Madureira em

www.antuliomadureira.com.br
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Este post é dedicado ao amigo Mc Mut